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UTILIZAÇÃO DE FRESH CUT® PLUS NA CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PARA VACAS LEITEIRAS

Publicado October 13, 2020
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Em um sistema de produção de leite a produção de forragem é uma atividade de extrema importância. Produzir alimento em grande quantidade e de boa qualidade é fundamental para o sucesso da atividade. No Brasil, as silagens são utilizadas em larga escala, seja em sistemas de confinamento total, onde comumente é a principal fonte de alimento volumoso, ou em sistemas de pastejo, onde é utilizada como fonte suplementar na entressafra da produção de forragem.

O processo de ensilagem é uma técnica antiga que vem sendo praticada por mais de 3000 anos, porém só ganhou notoriedade nas décadas finais do século 19, quando diversos pontos do processo foram melhorados. Dia-a-dia o processo de ensilagem evolui, desde seleção de híbridos mais produtivos, resistentes a pragas e doenças, evoluções nas máquinas colhedeiras e aditivos que atuam na otimização e/ou controle dos processos de fermentação do material ensilado.

Dentre os aditivos podemos destacar os químicos e os bacterianos, também comumente conhecidos como inoculantes. Neste texto os aditivos químicos terão foco evidenciado. Na classificação dos aditivos químicos temos os ácidos orgânicos como o ácido propiônico, benzoico e o acético, por exemplo, que são utilizados na conservação de forragens pelo potente efeito antimicótico, prevenindo o crescimento de fungos e leveduras indesejáveis, melhorando a estabilidade aeróbica da silagem e reduzindo perdas do material ensilado durante os processos de fermentação. Pesquisas 1 demonstraram que a mistura de dois ou mais ácidos orgânicos foram mais eficientes em controlar o crescimento de uma maior variedade de fungos e cepas de leveduras comparado com um único ácido sozinho. Por essa razão sempre que possível a utilização de um mix de ácidos orgânicos é recomendada.

Um estudo2 recente realizado em uma fundação de pesquisa aqui no Brasil utilizou uma mistura de ácidos orgânicos (Fresh Cut® Plus - acético, benzoico e propiônico) comparados com tratamento controle sem aditivos na silagem de milho. Os pesquisadores relataram que a contagem de levedura foi 10 vezes menor na silagem tratada com ácidos orgânicos, 96 hr após a abertura do silo, comparado com o tratamento controle. Comprovando a eficácia dos ácidos orgânicos na produção de silagem de qualidade.

Produzir e fornecer forragem de qualidade é fundamental, porém a tarefa não para aí. A ração total – TMR (do inglês Total Mixed Rations) como conhecemos atualmente é uma invenção dos últimos 100 anos. A utilização de TMR veio em substituição de sistemas mais tradicionais onde a forragem era fornecida separadamente dos alimentos concentrados. A racionalidade do uso da TMR é fazer com que cada bocado seja um alimento completo, nutricionalmente balanceado para todas as vacas.  Os desafios associados com a alimentação das vacas com essa dieta nutricionalmente completa é que também estamos fornecendo uma dieta completa para microrganismos benéficos e não-benéficos, incluindo os fungos e leveduras selvagens presentes nas forragens. Todo organismo vivo gera calor no processo de respiração, o que é mais evidenciado nos meses de verão, onde altas temperaturas favorecem o crescimento de fungos e leveduras. Quando estes organismos crescem e se multiplicam, eles geram calor, causando aquecimento do alimento fornecido no cocho e perdas prejudicando sistematicamente a ingestão de alimento pelas vacas.

Para prevenir o aquecimento da TMR três processos são fundamentais: O primeiro é fornecer uma silagem de qualidade com baixa contagem de microrganismos não desejáveis como vimos acima. O segundo passo é o correto manejo do silo, retirando material suficiente para prevenir a entrada de oxigênio nas camadas subsequentes. O ideal preconizado é a retirada 20-30 cm na face do silo todos os dias. O terceiro passo é adicionar um mix de ácidos orgânicos na TMR que irão controlar o crescimento de fungos e leveduras indesejáveis, diminuindo assim o aquecimento da TMR.

Um estudo3 brasileiro apresentado na reunião do dairy science nos Estados Unidos, em 2019, comparam a utilização ou não do Fresh Cut® Plus na TMR. Quando a TMR foi tratada com Fresh Cut® Plus observou-se uma menor contagem de bactérias aeróbias, leveduras e fungos filamentosos, 24 horas após o fornecimento. Neste estudo também foi observado uma menor temperatura média nas primeiras 24 horas, bem como menor pH no mesmo período.

Coletivamente estes dados indicam que a utilização de Fresh Cut® Plus no processo de ensilagem é uma estratégia eficaz na produção de silagem. Garantindo qualidade nutricional e microbiológica para fornecimento aos animais. Além disso, o tratamento da TMR com Fresh Cut® Plus previne o crescimento de microrganismos indesejáveis, retardando o aquecimento do alimento e consequentes perdas. Potencialmente garantindo alimentos mais frescos por mais tempo no cocho, estimulando, dessa forma um maior consumos das vacas.  

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Saiba mais sobre o produto:

Referências:

1 - Muck, R.E., E.M.G. Nadeau, T.A. McAllister, F.E. Contreras-Govea, M.C. Santos, and L. Kung Jr. 2018. Silage review: Recent advances and future uses of silage additives. J. Dairy Sci. 101:3980-4000.

2 – Kemin Document Interno – Aplicação de ácidos orgânicos em três pontos de colheita em silagem de milho.

3 - Santos J.P., V.C. Souza, E.F. Barbosa, R.B. Silva, R.A.N. Pereira, C.L.S. Avila, L.F. Greco, and M.N. Pereira. 2019. Efficacy of chemical additives on microbial growth and aerobic stability of total mixed ration. J. Dairy Sci. Vol. 102, Suppl. 1.

 

Leandro Greco, Ph.D. 

Technical Services Manager - Ruminants