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O Poder das Enzimas na Nutrição Animal

Publicado October 11, 2024

Explorando as vantagens e benefícios de diferentes estratégias enzimáticas na nutrição de frangos de corte


O uso de protease na alimentação de monogástricos é destacado devido à presença de complexos proteicos nas dietas tropicais, como milho e farelo de soja, que podem não ser facilmente digeridos por animais jovens com baixa produção de enzimas. A adição de proteases é desejável para inativar fatores antinutricionais, como lecitinas e inibidores de tripsina, encontrados em alimentos como leguminosas.

A suplementação de proteases exógenas em dietas para monogástricos tem como objetivo quebrar as proteínas de armazenamento presentes em ingredientes vegetais, as quais têm afinidade com o amido, formando complexos insolúveis que não podem ser digeridos. Isso é particularmente relevante devido aos custos elevados e à variabilidade na composição e qualidade dos ingredientes, como farinhas de origem animal, tornando a utilização de protease economicamente eficiente em dietas avícolas.

O aumento dos preços das matérias-primas proteicas e a preocupação com a poluição ambiental gerada pelos resíduos dos animais de produção destacam a necessidade de reduzir os nutrientes excretados pelos animais e otimizar a utilização da ração. 

O farelo de soja, com teor de proteína bruta variando de 44% a 48%, é a principal fonte proteica em dietas tropicais. No entanto, devido à variação na qualidade e na digestibilidade dos nutrientes, nem toda a proteína pode ser digerida pelas aves. A protease endógena consegue digerir apenas de 60% a 85% da proteína na dieta à base de farelo de soja, devido à rápida passagem da alimentação pelo sistema digestório. Isso cria uma oportunidade para o uso de proteases exógenas.

Pesquisas recentes estão focadas no desenvolvimento de proteases exógenas projetadas para otimizar a digestão no intestino. Estas proteases suplementares não só melhoram a liberação de aminoácidos, mas também reduzem os custos da alimentação, permitindo a redução do nível de proteína na dieta. Uma multiprotease termorresistente, que contém proteases ácidas, neutras e alcalinas, e utiliza uma tecnologia de liberação alvo em várias condições gástricas e de pH, demonstrou melhorar a digestão proteica em comparação com proteases de cepa única.

O objetivo do trabalho foi realizar um estudo com frangos de corte para avaliar a eficácia de um blend de proteases ácidas, neutras e alcalinas, em comparação com uma protease de cepa única (com ação em pH alcalino), sobre os principais parâmetros de desempenho.

Materiais e Métodos

Um estudo com 3.984 frangos de corte da linhagem Hubbard foi conduzido, dividindo-os aleatoriamente em quatro tratamentos, com 6 repetições e 166 aves por repetição, durante um período de criação de 1 até 35 dias de idade. O controle positivo consistiu em uma dieta peletizada à base de milho e farelo de soja, sem o uso de protease, conforme recomendações do manual de linhagem. No controle negativo, foi utilizada a mesma dieta com uma redução de 0,7 pontos na Proteína Bruta. 

Nos outros dois tratamentos, foram adicionadas proteases: uma protease de cepa única alcalina e um blend de multiproteases, nas dosagens de 500g/T e 300g/T de ração, respectivamente, conforme recomendações dos fabricantes. Os parâmetros de desempenho avaliados incluíram porcentagem de viabilidade, ingestão de ração, peso corporal e conversão alimentar. Os detalhes dos tratamentos podem ser encontrados na Tabela 1.

tabela 1

Tabela 1: Descrição dos tratamentos ultilizados

 

RESULTADOS

percentagem de viabilidade ingestão de ração
peso vivo conversão alimentar

Conclusão

A suplementação do blend de multiproteases mostrou maior índice de viabilidade e peso corporal médio, menor ingestão de ração e melhor conversão alimentar quando comparada à ração com protease de cepa única alcalina, além de valores muito similares ao controle positivo. Isso sugere que a redução nutricional na formulação (redução de custos) pode ser corrigida no desempenho dos animais, com a utilização do blend de multiproteases.

 


 

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