O desmame é uma fase crucial para os leitões, onde o estresse pode afetar sua sobrevivência e desempenho futuro. Embora o foco seja alcançar o melhor peso ao desmame, é importante considerar o estado imunológico dos animais, que ainda não está totalmente desenvolvido nessa fase. O manejo do desmame pode desequilibrar a microbiota intestinal e causar danos à integridade do intestino, comprometendo a saúde do animal.
Após o desmame, os leitões levam alguns dias para se recuperarem do estresse, atrasando o início do consumo de ração. Isso, combinado ao estresse que afeta a saúde intestinal, pode resultar em episódios de diarreia, prejudicando a performance do animal. Além disso, a ativação do sistema imunológico consome energia que poderia ser direcionada para o crescimento e desenvolvimento do leitão.
Garantir a rápida recuperação do animal é essencial para sua sobrevivência e desempenho rentável na fase de creche. Para isso, muitos produtores utilizam aditivos como melhoradores de desempenho e óxido de zinco na dieta dos leitões. No entanto, o uso desses aditivos está sendo restringido devido ao risco de resistência a antibióticos em humanos e ao banimento do óxido de zinco em altas doses na Europa, o que gera preocupações em nosso sistema de produção.
Aditivos focados na saúde intestinal fazem parte dos programas de nutrição, mas agora há uma tendência de usar aditivos que fortalecem a imunidade dos animais. Os Beta-glucanos são reconhecidos por sua capacidade de regular a resposta imunológica, embora sua eficácia varie dependendo das fontes, que apresentam diferenças em propriedades como pureza, solubilidade e massa molecular.
Os Beta-glucanos provenientes da alga Euglena gracilis contêm exclusivamente Beta-glucanos 1,3, com efeitos comprovados na regulação do sistema imunológico, promovendo uma maior produção de citocinas anti-inflamatórias e uma menor produção de citocinas pró-inflamatórias. Além disso, o processo de secagem, em vez de extração, garante uma alta biodisponibilidade desses beta-glucanos, que apresentam partículas menores e maior grau de pureza (50% de Beta-glucanos). Por isso, são recomendados para leitões em situações de estresse, como o desmame.
Os Beta-glucanos 1,3 de algas regulam o sistema imunológico e promovem a saúde intestinal. Em um estudo com leitões desmamados desafiados por E. coli F18, aqueles que receberam os Beta-glucanos apresentaram menor incidência de diarreia. Isso se deve à capacidade desses beta-glucanos de melhorar a função da barreira intestinal, reduzindo a permeabilidade através da regulação de genes responsáveis pela produção de mucina. Além disso, os Beta-glucanos 1,3 promovem uma maior ativação das células T e reduzem a inflamação, como evidenciado pela diminuição dos níveis de cortisol e haptoglobina.
Os Beta-glucanos 1,3 de algas foram observados promovendo uma melhoria na saúde intestinal de leitões na fase de creche. Isso foi evidenciado pelo aumento do comprimento das microvilosidades, da concentração de IgA (imunoglobulina de mucosa) e da quantidade de células TNF α, conforme demonstrado nos gráficos 3 e 4.
Após o desmame, os leitões podem demorar até 24 horas para começar a beber água e até 1,5 dia para começar a comer ração. Iniciar a alimentação o mais rápido possível melhora o desempenho nessa fase. Os Beta-glucanos 1,3 de alga ajudam na rápida recuperação pós-desmame, reduzindo o estresse. Um estudo realizado sete dias após o desmame mostrou que os leitões que receberam Beta-glucanos tiveram um melhor ganho diário de peso, consumo de ração e eficiência alimentar, conforme demonstrado em gráficos específicos. No final da primeira semana pós-desmame, os leitões que receberam Beta-glucanos ganharam 360 gramas a mais do que o grupo controle
Em sistemas de produção atuais, com desafios como a dificuldade de manter um vazio sanitário ideal, instalações antigas e creches que abrigam animais de diferentes origens, a saúde intestinal continua sendo crucial. Com restrições ao uso de melhoradores de desempenho e ao banimento do óxido de zinco em altas doses, melhorar a imunidade dos animais é essencial para reduzir a dependência de antibióticos e garantir uma alta performance na produção animal.
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